Vocação: Um chamado para além de si mesmo
Convidamos você a participar deste Encontro,
Pois Jesus tem um Chamado especial para você!
Por
escutar uma voz que disse que faltava gente pra semear, deixei meu lar e sai
sorrindo e assobiando pra não chorar, fui me alistar entre os operários que
deixam tudo pra te levar e fui lutar por um mundo novo, não tenho lar , mais
ganhei um povo.. Sou cidadão do
infinito! ....Padre Zezinho
Em um determinado momento da vida nasce uma pergunta que nem
sempre é fácil responder: Qual é a minha vocação? O que eu quero da minha vida?
Na maioria das vezes a resposta vem no silêncio da escolha que se constrói a
cada momento. Toda escolha tem consequência; e não tem como fugir.
Mas, vocação não é só questão de escolha e sim de chamado.
Sentir-se chamado significa ter uma missão, entendida não somente no sentido
religioso. Missão é lutar pelos objetivos que se acredita sem olhar os
resultados. Aonde se quer chegar é mais importante do que os resultados
imediatos. O imediatismo muitas vezes leva para frustrações. Por isso que
vocação vem acompanhada de aptidão, fé e gosto pela missão, por aquilo que se
faz, e não só pelos efeitos que se possa medir.
Este ano o papa Francisco, na sua mensagem para o dia mundial das
vocações, afirma: “Na raiz de cada vocação cristã, há este movimento
fundamental da experiência de fé: crer significa deixar-se a si mesmo, sair da
comodidade e rigidez do próprio eu para centrar a nossa vida em Jesus Cristo;
abandonar como Abraão a própria terra pondo-se confiadamente a caminho, sabendo
que Deus indicará a estrada para a nova terra. Esta ‘saída’ não deve ser
entendida como um desprezo da própria vida, do próprio sentir, da própria
humanidade; pelo contrário, quem se põe a caminho no seguimento de Cristo
encontra a vida em abundância, colocando tudo de si à disposição de Deus e do
seu Reino”.
“Todo aquele que tiver deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe,
filhos ou campos por causa do meu nome, receberá cem vezes mais e terá por
herança a vida eterna” (Mt 19, 29). O papa Francisco também diz: “Tudo isto tem
a sua raiz mais profunda no amor. De fato, a vocação cristã é, antes de mais
nada, uma chamada de amor que atrai e reenvia para além de si mesmo,
descentraliza a pessoa, provoca um êxodo permanente do eu fechado em si mesmo
para a sua libertação no dom de si. Esta dinâmica do êxodo diz respeito não só
à pessoa chamada, mas também à toda atividade evangelizadora, e ao ser cristão
no mundo. A atitude de saída, estar sempre ‘fora de si’ ou seja não preocupado
consigo mesmo, faz com a vida se alarga para além dos horizontes dos próprios
desejos e ideias pessoais, da própria estrutura e ir ao encontro daqueles que
mais precisam e compadecer-se de suas feridas”.
O papa ainda continua com sua sabedoria: “Deus sai de Si mesmo
numa dinâmica trinitária de amor, dá-Se conta da miséria do seu povo e intervém
para o libertar. A Virgem Maria, modelo de toda a vocação, não teve medo de
pronunciar o seu ‘sim’ à chamada do Senhor. Ela acompanha-nos e guia-nos. A Ela
nos dirigimos pedindo para estarmos plenamente disponíveis ao desígnio que Deus
tem para cada um de nós; para crescer em nós o desejo de sair e caminhar, com
solicitude, ao encontro dos outros (cf. Lc 1, 39). A Virgem Mãe nos proteja e
interceda por todos nós”, por todos os presbíteros e missionários que pronta e
generosamente ouviram o chamado e responderam.
Dom Anuar Battisti
Arcebispo de Maringá (PR)
Arcebispo de Maringá (PR)
Fonte: CNBB
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